A dor da infertilidade


Oiii! Olha eu aqui de novo depois de tanto tempo, não resisti a vontade de externar um pouco do que me toma neste momento, então resolvi vir aqui escrever, falar sobre a espera e a dor  que muitas vezes aparace sem explicação ou motivo aparente, mas que dá as caras nada bonita vez e outra. 
Sabe aquela tristeza repentina, a vontade de chorar quase que incontrolável, aquele aperto no coração que deixa ele bem pequenininho e que as pessoas ao seu redor nem sempre vão entender, afinal, você não tem motivos pra se sentir assim. Será mesmo que não tem? 
Eu tenho, e não me envergonho de dizer isso. Não se sinta obrigada a se sentir forte o tempo todo, a sorrir o tempo todo como se a sua espera não doesse, não maltratasse, porque dói sim e maltrata muito, obvio que dias mais e outros menos, mas dói. E é justamente por eu estar nesse lugar sombrio do dia que dói mais que estou aqui escrevendo, desabafando e tentando encontrar forças em minhas próprias  palavras. Sabe, a infertilidade dói e a espera não é fácil.


A cada menstruação, a frustração toma conta da gente. Um simples passeio no shopping não é mais tão atrativo, pois ver “todos” com seus bebês no colo parece nos ferir profundamente. Muitas vezes até evitamos alguns eventos como festinhas de crianças e chás de bebês e quando recebemos aquela notícia de que uma amiga engravidou, o sentimento é ambivalente, uma mistura de alegria por ela e tristeza por não estar vivendo a mesma situação.

E quando depois de muito tempo e muitas tentativas frustadas, pensamos em outras alternativas para tentar realizar nosso sonho e procuramos a ajuda da reprodução assistida, a esperança se renova e ganha força com essa nova possibilidade. Mas, e mesmo quando optamos por essa alternativa e após realizar a fertilização in vitro, o positivo não vem? Nossa! O desespero chega ao auge, e aquele sentimento de incapacidade se multiplica e vem logo a nossa mente: “Nem com a FIV eu consigo engravidar? “
Tudo o que não queremos é passar pela aquela dor novamente. Mas ela vem, e vem mais forte. Quanto tempo gasto, energia, esperança e investimento que foi realizado e o resultado não veio. Como pode? O que eu fiz para merecer isso? 
Nos permitimos sentir a dor, o “luto”, mas eles não nos vence, e é nessa hora que entra a resiliência, e em meio ao caos de sentimentos controversos que nos encontramos, a fé e a esperança se renovam, pois aquela força que vem de Deus nos preenche e nos dá a capacidade de enfrentar as adversidades e atravessar uma das “tempestades” mais difíceis da vida.

Não é fácil. Não é simples. Dá medo de acontecer tudo de novo, mas com coragem, persistência e uma certa dose de “negação” dos temores envolvidos em todo esse processo de espera, conseguimos seguir adiante, afinal, para se percorrer um caminho é necessário olhar para frente e manter a fé de que ele nos levará ao lugar esperado. Mas acreditem, “só NÃO consegue quem desiste” e se seu sonho for maior que seu medo, continue lutando, pois a nossa hora vai chegar...



“Guardemos firmemente a esperança da fé que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá as suas promessas”.
 Hebreus. 10;23.





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